Fenprof exige entrada de professores contratados no quadro e admite "grande manifestação"
23.03.2010 - 16:44 Por Lusa
6 de 7 notícias em Educação
« anteriorseguinte »A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vai promover “uma campanha contra a precariedade” e “em defesa da entrada dos docentes contratados no quadro”, anunciou hoje, em Coimbra, o secretário-geral, que admitiu "uma grande manifestação" se a situação não for resolvida.
Fenprof admite voltar às ruas (Enric Vivies-Rubio)
“A Fenprof exige apenas que aos professores se aplique a regra” que, em função dos “constrangimentos económicos, se aplica ao país, na função pública, isto é, a entrada em quadro de um professor pela saída de dois”, afirmou Mário Nogueira, em conferência de imprensa.
O Ministério da Educação “deveria abrir um número de vagas de quadro para professores adequado às necessidades das escolas”, mas, atendendo às circunstâncias, “tem, no mínimo, de seguir a regra dois para um”.
No entanto, “nas escolas, nestes últimos quatro anos, foi necessário reformarem-se 36 professores para entrar um no quadro”, sublinhou Mário Nogueira.
“Desde 2007 e até agora, Março de 2010, aposentaram-se 14.159 professores e entraram nos quadros 396, portanto cerca de um por cada 36”, referiu o secretário geral da Fenprof.
“Esta situação é inadmissível” e causadora de “uma instabilidade muito grande”, advertiu o dirigente sindical.
As escolas precisam de estabilidade para “desenvolverem os seus projetos educativos e para acompanharem as crianças”, mas isso só é possível se os docentes também tiverem estabilidade, defendeu.
A estabilidade dos professores não pode, porém, ser garantida quando eles, em situação de contratados, “não sabem se no ano ou mês seguinte têm emprego”.
Também não dá estabilidade um professor ter uma remuneração que, “por vezes, quase não dá para as despesas”, denunciou igualmente Mário Nogueira. Este problema “não é apenas dos professores contratados”, também é dos estabelecimentos de ensino.
Para a escola, “é completamente diferente ter um corpo docente com estabilidade, com as pessoas libertas de algumas preocupações, ou ter professores que vivem em permanente instabilidade”, considerou.
Mário Nogueira falava aos jornalistas junto à Escola Básica 2.3 Rainha Santa Isabel, em Coimbra, estabelecimento com muitos professores contratados.
“Esta escola tem 23 docentes contratados”, o respectivo agrupamento possui um “total de 36 professores contratados e se considerarmos as AEC (Actividades de Enriquecimento Curricular) são quase cem contratados”, disse.
Durante a conferência de imprensa, o secretário geral da FENPROF admitiu a possibilidade de, “no início do ano lectivo, se realizar uma grande manifestação de colegas contratados com milhares de outros professores”, se a situação se mantiver.
Certo é, entretanto, que “no próximo mês”, no seu congresso”, a FENPROF vai “dar uma prioridade especial à questão da vinculação dos professores e do combate à precariedade”, assegurou Mário Nogueira.
COLEGAS CONTRATADOS:
Contem comigo, greves farei todinhas...sempre, jamais me poderei esquecer do tempo que queria direitos e não os tinha (IPSS´S), de quando entrei no Público, sempre a precisarem de mim, já lá vão 17 anos...Como Contratada. Sou CONTRA a Precaridade, porque será?
VAMOS LUTAR!